23 June, 2006

Guatemala!!

AAAAAh!!!!!!! É Guatemalaaaaa!!!!!
Uma coisa que tenho aprendido nessa viagem é filtrar bem o que as pessoas dizem. Se fosse seguir os conselhos dos mexicanos que vivem em Chiapas, teria entrado na Guatemala de ônibus. Mas graças a um e-mail que recebi de um outro cicloturista, decidi entrar pedalando no país.
Eu saí de Chiapas depois de enfrentar muito vento e chuva nos meus últimos dias de México.Parecia que o México não queria acabar. Foi dureza os últimos dias. O que valeu foram as pessoas que conheci no caminho. A mais interessante delas, um senhor dono de um restaurante que me serviu de refúgio durante a chuva. Quando ele viu minha bicicleta, saiu em disparada para sua casa e foi buscar uma foto que havia recebido de presente de outro cicloturista brasileiro. Este foi até seu restaurante depois de ter sido roubado. Sem bicicleta foi até ao restaurante do senhor Castro pedir ajuda. E na foto realmente havia um recado de um brasileiro chamado De Padua. O Sr. Castro disse ter ficado feliz em ajudar um brasileiro e agora feliz em ter outro em seu restaurante. Conversamos até a chuva parar e ele me ensinou muito sobre a historia de Chiapas e suas lendas. O senhor era um poço de cultura e adorador de Fidel Castro, tanto que me apresentou o seu filho. Adivinhe o nome do rapaz... pois é:  Fidel Castro! Este também me recomendou não entrar na Guatemala pedalando.
A última cidade do México que dormi foi Tapachula, onde a atmosfera não era das melhores. A cidade é quase fronteira com a Guatemala e  ponto de parada de imigrantes vindo dos países vizinhos da América Central. Lá dormi numa pensão que a princípio parecia muito direita, mas só no dia seguinte percebi que o dono do lugar agenciava transportes para imigrantes ilegais até o México. Descobri isso, porque comecei a conversar com um peruano que vinha sem documentos desde o Peru. Percebendo isso, cai fora o mais rápido possível. Aquilo era um barril de pólvora.
Bem dia seguinte parti para Guatemala. O que separa México e Guatemala é um rio e para atravessar temos que passar por uma ponte. Detalhe, havia um lugar especial só para bicicletas, o que já me agradou muito. Passar pela minha segunda fronteira com minha parceira foi pura emoção. Foi muito tranqüilo, sem nenhum clima de guerra como estavam dizendo. .
Olha, existe violência, mas o tratamento que me deram da fronteira até aqui na cidade da Guatemala foi incrível. Eu parecia até uma Miss Universo na estrada,  tanto que acenava para as pessoas. Que povo simpático, e olha que não deveria ser tanto se levássemos em conta o que as grandes corporações estrangeiras fizeram com o país anos atrás. Fora os anos de guerra civil.
As marcas desses anos de violência são nítidas no lugar. Para se ter uma idéia, grande parte das lojas de rua tem grades fora a fora. O consumidor escolhe o que deseja pela grade. Nunca vi nada parecido. Fora o número de vigilantes privados pelas ruas. São muitos e todos com escopeta... isso mesmo, escopeta. Não usavam armas pequenas. A Guatemala deve ser o país com maior numero de escopetas por metro quadrado.
Sentindo esse clima mais quente nas cidades, busquei pedalar forte para chegar o mais rápido possível a capital. Esses dias, pedalei duro, pois as estradas tem muitas subidas. O que compensava eram o verde e os inúmeros rios que acompanham a estrada. Quanta riqueza natural há na Guatemala.O fato mais engraçado que aconteceu até agora foi na cidade de Coatepeque. Chegando à cidade, fui abordado por Rudy, jornalista do diário da cidade e responsável pelas matérias jornalísticas da radio local. Fui convidado a gravar uma entrevista para radio e tirar fotos para o jornal. Confesso que estava cansado e doido para arrumar um lugar para dormir, mas antes de dizer qualquer coisa, fui convidado para jantar. Aí, não há estomago que agüente. Fui obrigado a aceitar. Agora imagine a entrevista... eu tentando explicar o que fazia em espanhol. Tinha hora que nem eu agüentava e começava a rir de mim mesmo. Ainda bem que não ouvi... dia seguinte mais cedo do que nunca parti para a estrada, pensando o quanto louco foi o dia anterior.
Bem, encontro-me agora na Cidade da Guatemala. Amanhã saio para conhecer a cidade.
Abraços,
Romulo Magalhães

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Puta Romulo, umas gravações como essa vc tem que dar um jeito de trazer como recordação, eauhuhae
deve ter sido massa =D
abraço!

7:58 PM  
Anonymous Anonymous said...

Fala Grande Romulo, como e que vc esta indo ?
Porra, fique sabendo que estamos aqui olhando o blog direto e torcendo muito pra vc com pensamentos positivos.
Um abracao e fica com deus
Pina

9:54 PM  
Anonymous Anonymous said...

Oi Rômulo, é a Thaisa de Floripa, tudo bom?
Depois de um tempão que fui pegar o endereço do teu blog com o Brunão, de Brasília.
Putz Rômulo, fui ler desde o começinho tudo que já tinha acontecido na tua viagem. Fiquei feliz demais, de coração, torci muito pra que tu conseguisse realizar esse sonho, porque desde que te conheci a minha primeira impressão não mudou, que eras um cara com um grande coração e trabalhador e que merecia tudo de bom que tá acontecendo.
Vou continuar acompanhando essa tua viagem sempre torcendo e esperando novas peripécias.
Ah, o convite para a Oktober, e também para vir aqui para ilha tá de pé, para ti, a tua Aline, e para os meninos.
Adoraria ver todos vocês de novo.
Um beijo e um grande abraço, Thai.

11:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

Grande Rômulo,
Sabia que logo você ganharia o mundo. Estou acompanhando seu "diário de bicicleta" a cada "post". Tenho torcido bastante pra tudo dar sempre certo. Muito cuidado por essas estradas da Guatemala e Honduras, onde as veias se tornam ainda mais abertas nessa nossa América Latina.

Abração da torcida e se precisar de qualquer coisa é só avisar.

1:30 PM  
Anonymous Anonymous said...

LOW-COST CIALIS
BUY CHEAP CIALIS & VIAGRA ONLINE.SPECIAL BONUS
WOMAN VIAGRA
BUY CHEAP VIAGRA ONLINE.DYSFUNCTION ERECTILE MEDICATION MEDs

3:34 PM  

Post a Comment

<< Home